A 100 DIAS DA COPA, ALEMANHA ESTAVA PRONTA E ÁFRICA À FRENTE DO BRASIL.
A contagem regressiva que começou em 2007 está
chegando ao fim. Sete anos se passaram desde quando o Brasil foi confirmado
como sede da Copa do Mundo de 2014, e agora restam apenas 100 dias para o
pontapé inicial de 12 de junho, na Arena Corinthians, em São Paulo, marcando o
início do Mundial.
Para realizar o evento conforme o planejado, o país
ainda precisa entregar à Fifa quatro dos 12 estádios a tempo de realizar
eventos-teste exigidos pela entidade.
Tomando como base somente as arenas, o Brasil pode
dizer que está 66,6% pronto para o Mundial. No mesmo período, em 2006, a
Alemanha estava 100% pronta, enquanto a África do Sul, em 2010, poderia se
considerar 80% preparada para receber o torneio.
Os números são de um levantamento feito pela BBC
Brasil para traçar um comparativo com os dois últimos Mundiais e constatar em
qual estágio estavam os alemães e os sul-africanos a 100 dias da Copa
considerando apenas as obras nos estádios.
Na Alemanha, em janeiro de 2006, faltando ainda cinco
meses para o início do torneio da Fifa, as 12 arenas que abrigariam jogos do
Mundial já estavam prontas e testadas. O último gramado a ser entregue ficou
pronto em novembro de 2005 e, no início de 2006, os 12 palcos da Copa já haviam
recebido pelo menos um jogo oficial.
As arenas alemãs já eram utilizados nas próprias
partidas do Campeonato Alemão durante a temporada 2005-06 e não apresentaram
maiores problemas para a Fifa.
Na África do Sul, em 2010, porém, os 100 dias que
antecederam o início da Copa não foram tão tranquilos. O país sul-africano
chegou à reta final da contagem regressiva com oito dos 10 estádios prontos e
testados pelo menos uma vez, mas acumulou problemas nos outros dois que
faltavam.
A grande preocupação da época era com o Soccer City,
em Johanesburgo, estádio que seria palco da abertura e da final da Copa do
Mundo de 2010. A arena em si estava pronta no início do ano, mas os trabalhos
no entorno dela só permitiram um teste oficial em maio, faltando apenas um mês
para o início do Mundial.
O estádio Mbombela, em Nelspruit, foi outro que
causou inúmeras preocupações à Fifa e também só pode ser testado no meio de
maio, a menos de 30 dias da Copa.
BRASIL A 100 DIAS.
No caso do Brasil, o quadro dos estádios faltando 100
dias para o Mundial se assemelha ao da África do Sul. O país não conseguiu
cumprir o prazo da Fifa de entregar as 12 arenas em dezembro e agora corre
contra o tempo para finalizar as últimas quatro – Manaus, Cuiabá, Curitiba e
São Paulo.
Além dos seis utilizados na Copa das Confederações,
outros dois foram entregues nos últimos dois meses e já começaram a receber os
primeiros testes – Arena das Dunas, em Natal, e Beira-Rio, em Porto Alegre.
Este último, porém, apesar de já estar recebendo jogos do Internacional (clube
gaúcho que administra o estádio), ainda passa por algumas obras de acabamento.
As maiores preocupações da Fifa recaem sobre Curitiba
(Arena da Baixada) e São Paulo (Arena Corinthians, que devem entregar os
estádios em meados de maio, faltando um mês para o início da Copa.
A Arena Corinthians será palco do jogo de abertura do
torneio, entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho. Por conta do acidente
ocorrido na obra em novembro, quando a queda de um guindaste provocou a morte
de duas pessoas, o estádio teve seu cronograma atrasado.
A expectativa era de que ele ficasse pronto em abril,
mas o secretário da Fifa, Jérôme Valcke, avisou, em entrevista coletiva no
último final de semana, que "a arena não estará pronta antes de
maio."
O caso de Curitiba foi mais complexo e quase custou a
exclusão da cidade da Copa do Mundo deste ano. A Arena da Baixada só foi
confirmada como sede do torneio há duas semanas, após um voto de confiança de
Valcke nos organizadores da Copa na cidade. Agora, os governos locais trabalham
junto com o Atlético-PR (clube administrador da arena) para finalizar os
trabalhos a tempo.
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS.
A 100 dias da Copa da Alemanha, em 2006, os
organizadores tinham que lidar apenas com preocupações extra-campo – como a
chegada de torcedores violentos (hooligans) de outros países e a possibilidade
de incidentes racistas ocorrerem no torneio.
Já na África do Sul, quatro anos depois, a Fifa
passou pelos mesmos problemas de organização que tem vivido no Brasil.
Antes da Copa das Confederações, a entidade acabou
excluindo o estádio Nelson Mandela, em Porto Elizabeth, da competição por temer
que ele não ficasse pronto a tempo. O torneio foi realizado em cinco arenas,
sendo que algumas delas foram entregues de última hora.
Por tudo isso, o Comitê Organizador sul-africano teve
que lidar com rumores de que a Fifa teria um "plano B" para caso a
África do Sul não se mostrasse capaz de sediar a Copa.
Mas, a 100 dias da Copa, o discurso era de que o país
estava pronto.
"Se podemos sediar uma Copa do Mundo
inesquecível na África? Sim, nós podemos, estamos esperando e estamos
prontos", disse o CEO do Comitê, Irvin Khoza, à época.
As questões que antecederam os Mundiais de 2006 e
2010, porém, não interferiram no resultado final - os dois torneios ocorreram
normalmente e foram bem-sucedidos.
O Brasil ainda tem alguns desafios a serem superados
na contagem regressiva para entregar, em junho, a "Copa das Copas"
prometida pelo governo brasileiro.
Fonte: Redação Online R7.
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