MINISTRO DE MINAS E ENERGIA MUDA VERSÃO SOBRE CAUSAS DO APAGÃO
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, mudou nesta quinta-feira, 29, a versão apresentada pelo governo para explicar as causas do apagão que atingiu o País no dia 19 de janeiro. O ministro reconheceu que o equipamento apontado como a razão do problema da linha de transmissão Norte-Sul já estava danificado há mais de um mês.
Braga afirmou que o banco de
capacitores da subestação Gurupi, em Tocantins, estava desligado. Esse
equipamento apresentou problemas, pela primeira vez, em outubro do ano passado,
e havia registrado outra intercorrência em dezembro. Isso resultava na restrição
das transferências de energia do Norte para o Sudeste.
“O banco de capacitores estava fora
de funcionamento, por isso tínhamos de reduzir em 700 megawatts a capacidade de
eletricidade que passa naquela linha. Mas, de acordo com o ONS, vários outros
sistemas de proteção agiram indevidamente nas usinas que foram desligadas”,
disse o ministro.
Questionado sobre a demora no
conserto do equipamento, que só voltou a operar no último dia 26, Braga disse
que não comentaria problemas que começaram na gestão anterior do ministério. Os
dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam, no entanto, que,
no dia 19, faltou energia para atender ao pico de demanda registrado no
Sudeste.
O ministro disse que participará
nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, de reunião do conselho do ONS, na qual
deve ser apresentado o relatório sobre a investigação das causas do apagão. De
acordo com Braga, o secretário executivo do MME, Márcio Zimmermann, e
representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também participarão
da reunião.
Braga disse ainda que o governo
negocia com um pool de bancos o alongamento do prazo para pagamento dos
empréstimos para as distribuidoras que, somados, chegam a R$ 17,8 bilhões e
serão cobrados dos consumidores. Segundo ele, a proposta é aumentar o prazo de
24 para 48 meses. “Se alongarmos o pagamento, isso diluirá os juros ao longo de
mais tempo. Além disso, os juros devem ficar menores, porque a qualidade dos
recebíveis das distribuidoras também será melhor (com o reajuste extraordinário
das tarifas)”, disse o ministro.
Fonte: Estadão Conteúdo
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