CORONAVÍRUS TROUXE VOLATILIDADE AOS MERCADOS; O QUE ISSO SIGNIFICA?
Gestores
de recursos, economistas e investidores, todos dizem que a volatilidade
aumentou muito nos mercados desde que a pandemia do novo coronavírus atingiu a
economia mundial.
Mas
o que é volatilidade? Como esse fator afeta os diferentes tipos de aplicações e
de investidores? E quando a pessoa pode ou não pode se expor a essa variável?
Volatilidade,
de maneira simplificada, é o quanto o valor de um determinado ativo, como uma
ação, varia, subindo ou caindo, em um determinado período. "Volatilidade é
a medida da oscilação dos preços dos ativos, o desvio padrão dos
retornos", afirma o CEO e fundador da gestora de recursos Magnetis,
Luciano Tavares.
COMO CALCULAR
Por
exemplo, a ação preferencial da Petrobras (PETR4), por exemplo, variou entre R$
28,45 e R$ 30,18 ao longo de janeiro. No caso, uma variação de 6%. No mesmo
mês, um título do Tesouro Selic, ficou com a cotação quase estável. Ou seja,
volatilidade quase zero.
Em
momentos de incertezas, como o de agora, essa volatilidade cresce. Afinal, sem
saber como o mundo vai ser afetado pela pandemia, os analistas perdem a noção
de como vão se comportar alguns dos principais indicadores da atividade
econômica, como inflação, juros, vendas das empresas etc.
Isso
tira a referência de diversos ativos. Por exemplo, quando os juros sobem ou
caem, títulos do governo como o Tesouro Prefixado são afetados. Se a inflação
acelerar, são os títulos Tesouro IPCA que sofrem ajustes. E se as empresas são
afetadas pela crise, as ações dessas companhias negociadas em Bolsa passam a
variar mais.
INCERTEZA AUMENTA VOLATILIDADE
Se
em janeiro o papel da Petrobras variou apenas 6% entre a máxima e a mínima, em
março, a oscilação chegou a 60%. Os títulos Tesouro Selic também variaram, mas
quase nada, perto da estabilidade: cerca de 0,05%.
Ou
seja, a volatilidade de uma ação é muito maior que a de um título do Tesouro.
Fundos
de investimento também têm volatilidade, no caso, da carteira de ativos.
Normalmente, os gestores informam esse dado junto com o histórico do rendimento
do fundo. Se essa informação não estiver disponível na hora de você escolher
uma aplicação, pergunte ao gestor da corretora ou ao gerente do banco qual a
volatilidade do produto.
ESCOLHA ERRADA PODE TE DEIXAR
DESPREVENIDO
A
volatilidade de um investimento é importante porque um ativo que oscila muito
entre ganhos e perdas pode pegar o investidor desprevenido.
Imagine
o caso de um investidor que aplicou em um fundo de ações e precisou sacar
dinheiro justamente no momento em que a Bolsa estava em baixa. Ele vai perder
dinheiro. As ações vinham de quatro anos seguidos de valorização, mas entraram
em uma fase de perdas, em meio a essa volatilidade.
Por
outro lado, se esse investidor tinha recursos em um fundo de títulos do
governo, por exemplo, e precisar do dinheiro, ele não vai ser pego em situação
desfavorável. O rendimento do título varia muito menos. Pode até não variar
nada.
QUANDO ESCOLHER INVESTIMENTO
VOLÁTIL?
Por
isso, os gestores de recursos recomendam que você evite aplicar em ativos muito
voláteis o dinheiro do qual você vai precisar no curto prazo. "Quanto mais
curto é o investimento, mais importante é observar a volatilidade",
afirmou Tavares.
Por
outro lado, a volatilidade é aceitável em investimentos para resgate no longo
prazo, acima de cinco anos.
Veja
o caso das ações da Petrobras, que fecharam a semana passada com queda
acumulada de 52% no mês. Uma bela perda, não?
Mas
se o investidor comprou o papel em fevereiro de 2016, quando a ação valia R$
5,14, por exemplo, ele ainda estaria no lucro, de 133%. Ou seja, o aplicador
que investe no longo prazo tem mais tempo para fazer o resgate do investimento
sem afobação. |UOL Investimentos|
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